Micael Narrando
Eu estava na “cozinha” do barco tentando preparar algo para Sophia, mas não consegui fazer muita coisa já que estava nervoso, sim, não sabia bem o por que , mas estava, afinal, a intensão era dar “ a volta” no Rio de Janeiro e voltar a tempo do Ano Novo, mas ainda não chegamos e ela não se sente bem, o que me preocupa amargamente. Então peguei a bandeja com uma janta rápida e me coloquei a sua frente :
-Pronto amor, não consegui fazer muita coisa mas…
-Tá ótimo Mica – ela dizia terminando de se vestir
-Precisa comer tudo, não quero que fique doente justo agora, ainda falta 2 dias para chegarmos ao Rio…
-Dois ? - Ela disse assutada
-O que foi amor?
-Muito tempo - ela dizia com a mão na cabeça - Acho que não vou querer comer…
-Como não? Pode ir parando de birra e comer logo tudo isso…
-Você colocou muita coisa, isso não cabe em meu estômago…
-Vai ter que caber! Não vou deixar você sair daqui sem comer.
-Amor….- Ela dizia com dengosa
-Nem adianta me chamar assim dengo, não vou cair em sua chantagem.
-Micaaaa eu não queria comer, meu estômago esta “embrulhado".
-Nada vai me convencer - peguei a colher e levei até sua boca - Toma aqui, juro que se você comer um pouquinho eu paro.
-Jura ?
-Juro meu amor, só quero que coma um pouco - disse e fui levando a colher fazendo alguns movimentos - Olha o avião…hum…
-(risos) Amor, não sou criança ok ?
-Sério ? Por um momento pensei que estivesse lidando com uma criança birrenta que não quisesse comer.
-Mas não esta - ela disse sorrindo e aceitou a comida que coloquei em sua boca…
Ela mastigava lentamente e suas expressões não eram nada boas, quando me dei conta Sophia levou sua mão a boca e saiu correndo se trancando no banheiro. Eu então, rapidamente fui em sua direção, bati algumas vezes na porta, mas nada, bati mais vezes e comecei a chamá-la:
-Amor…Sophia…Sophia…saía daí….- dizia batendo na porta.
-Não Mica!
-Amor quero te ver….o que esta acontecendo ?
-Ta tudo bem, só preciso ficar só um minuto.
-Não vou deixar, quero que saía daí agora, ou vou ser obrigado a quebrar essa porta.
-Não se atreva…
-Então abra…
-Mica….
-Soph, por favor, abra….
-Me deixa aqui sozinha, logo saio, prometo.
-Me desculpe - falei baixo, me afastei, e num impulso chutei a porta, fazendo a mesma se abrir revelando Sophia no chão perto da pia, sua cabeça estava entre as pernas e suas mãos trêmulas - Amor.
-Disse que precisava ficar só, que parte não entendeu ?
-Você que não entendeu quando digo que não vou te deixar só por nenhum momento - dizia colocando-a em meu colo
-Estou horrível ! - revelou
-Claro que não - menti, de fato ela estava, sua aparência não era nada boa, sua cor que antes abusava de um branco sereno agora dava lugar a um amarelo esquisito.Mas não podia dizer, então apenas disse que estava bem.
-Para de ser educado, olhe para mim, em segundos me desfiz por inteira.
-A algo de errado, apenas isso - abracei forte - Você precisa de um médico…
-Mica, já viu onde estamos ? Um médico no meio do nada ? Impossível..
-Vamos voltar, não se preocupe. É só questão de horas e chegamos em terra firme.
-Arghh - ela se encolheu
-Amor ? Se sente mal ainda ?
-Sim, é como se tivesse um parque de diversões em minha barriga…
-Acho que precisa comer mais um pouco e se deitar.
-Claro que não, vou colocar tudo pra fora novamente, prefiro dormir.
-Tem certeza ? Vai ficar fra…
-Amor…por favor - ela pediu e eu apenas a peguei em meus braços e a levei para a cama, cobri seu corpo e logo depois deitei em seu lado.
-Esta melhor agora ?
-Um pouco…mas vou ficar ….acredite…
-Então tá…durma meu amor, eu vou ficar acordado, se sentir mais alguma coisa me chame ok ?
-Não se preocupe amor, foi só um mal estar e já esta passando…
-Certeza ?
-Fique calmo, lembre-se que prometi viver para sempre
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