CAP. 160—— 2 DESPEDIDA DE SOLTEIRO II

Sophia Narrando

Certas coisas na vida exigem nossa dedicação. Nossa inteligência. Amar uma pessoa quer dizer que nos arriscaremos por ela, que lutaremos em meio às adversidades, e as protegeremos de todo o mal ou de qualquer coisa que possa destrui-la. Se você soubesse o que estava fazendo certamente me chamaria de louca, mas eu o amo, e o protejo de tudo, sempre seria assim.

Eu estava agora na pequena “passarela” com os pole dance. A realidade é que eu não sabia como entrar, me comportar com todos aqueles olhares. Minha roupa era ousada demais, ou melhor, mal estava vestida. A falta de luz cobria a pequena onda da minha barriga, essa era a parte mais tensa, não queria levar meu filho a essa loucura, mas era preciso. Então respirei fundo e disse pra mim mesma “você consegue”. Micael veio a esse lugar procurar se satisfazer com uma dançarina, e é isso que ele vai ter. Então sem mais demora me coloquei na passarela e com o som da música comecei a me envolver, atrás de mim seguiam Lua e Mel. Todas nós ali, mascaradas, arrumadas, lindas, provocantes, perfeitas dançarinas. As únicas que estavam mascaradas o que trouxe o público a loucura, todos gritavam estridentemente e a atenção foi em nós, agora só a gente interessava naquele lugar, éramos o centro das atenções.

Comecei então a me envolver mais ainda na música que se iniciava, passeei por entre um lado e outro, me embalando com tudo o que estava acontecendo, deixando de ser quem eu era e tentando ao máximo ser uma profissional. Ninguém saberia quem eu era, e depois aquilo seria apenas um motivo para rir, então me desprendi de toda a vergonha que tentava me consumir e me juntei a um pole dance juntamente com Lua. A olhei fixamente como se combinasse uma dança, sorrimos juntas, e começamos a fazer os movimentos iguais, compassando uma na outra. Assim ouvimos os gritos ensurdecedores, mudamos o ritmo e bastou, todos já gritavam por nós. Fiquei por alguns minutos, mas a minha ideia não era essa. Era fazer outra coisa, com outra pessoa…Foi aí que ao virar a cabeça percebi que uma morena se mantinha perto de Chay, olhei mais fixamente e percebi que na verdade ela provocava outra pessoa, uma pessoa que eu conhecia bem, e que subitamente fez meu coração doer. Aquilo não poderia ser verdade.  Tentei dançar um pouco mais perto, para um homem que me chamava com a mão, e assim, forcei os olhos e percebi que aquele era Micael, meu Micael, com aquela….Ah, isso não ficaria assim, não mesmo !

Micael Narrando

Eu já não aguentava estar naquele lugar. Se caso fosse o Micael de antes poderia até me envolver, e aquele seria o local perfeito. Mas algo na minha mente dizia que aquilo era errado, e pagaria caro por aquilo. Então tentei de todas as formas me manter no meu lugar, o que era uma tarefa árdua, já que não é sempre que se tem dançarinas sensuais com quase nada de roupas se esfregando em sua frente, tenho que confessar, precisei ser muito homem pra aguentar aquilo. Fiquei na minha por algum tempo, até que Nath veio de novo pra cima de mim, como se não bastasse às broncas que já tinha dado, olha ela novamente, se esfregando onde não deveria. Tentei empurrá-la, mas foi nessa tentativa que a mesma sentou em meu colo, eu a empurrei e ela rinha manhosa pra mim.

-Saía Nath, não estou com brincadeiras- disse sério

-Seu membro corresponde bem as minhas seduções…

-É claro, não estou morto – respondi – Mas isso não quer dizer nada.

-Quer dizer sim, quer dizer que você sente tesão por mim, e isso já é muito coisa não acha?

-Pare agora com esses comentários, não dei liberdade e…

-Deixe de ser bobo, sua loira sem graça não esta aqui, e nem vai sonhar com isso…

-Saía – disse mais uma vez, só que ela insistente, começou a passar as mãos no meu peito. E meus olhos desviaram para uma garota que acabara de entrar. Na verdade, não sei como, mas tinha acabado de entrar três meninas mascaradas, e o público tinha ido à loucura, elas começaram a dançar sensualmente e envolver a todos. Eu fiquei atento ao que acontecia e quando dei por mim já estava ficando louco observando uma garota que estava com uma fantasia preta, estava de longe, mas pude observá-la atentamente quando a mesma começou a se movimentar no pole dance. Algo nela me enfeitiçava, comecei a observar seus movimentos, e cada parte de seu corpo. Parecia familiar, mas não sabia explicar. Ela dançava diferente, com uma elegância, ousadia, e ao mesmo tempo tímida, porém avassaladora. Tentei me conter, mas era incrível a maneira que me sentia perto dela. Tentei me desviar do olhar de Nath, ela se perguntava o que tanto olhava, mas era impossível dizer algo quando uma mulher totalmente elegante dançava indo em minha direção.

-Vai me dizer que esta tendo tesão com outra dançarina? – Nath dizia – Você é meu Micael, e quero lhe sentir inteirinho em meu corpo, vou fazer com você o que nenhuma outra fez. Quero sentir seu membro em mim…

-Eu…- foi a única que consegui dizer, já que aquela mulher estava na minha frente literalmente. Ela chegou dançando, e tirou Nath de cima de mim. E logo em seguida se colocou no lugar onde a mesma estava e começou a me encarar como se quisesse dizer alguma coisa, algo me pareceu familiar, mas a pouca luz me impossibilitava de tirar minhas conclusões. Ela me enfeitiçava isso era claro. Por um momento parei para analisar sua beleza, e enquanto fiquei perdido em tudo o que estava acontecendo, ela começara a beijar meu pescoço levemente. Fiquei absorto, aquilo não poderia ser real, aquela ousadia toda, como se me conhecesse, tentei fechar os olhos e não me entregar, mas era como se meu corpo já fosse entregue.

Foi quando ela percebendo meu estado se levantou, e começou a dançar pra mim. Rebolava de um lado para o outro, sincronizando com as notas saídas do som alto. Como aquele corpo era escultural, o modo como ela fazia deixava tudo mais perfeito. Ela se inclinava pra mim, me puxando pela camisa e me deixando grudar em seu corpo. Logo depois ficou de costas e se mexia sensualmente perto do meu membro que a essas alturas já se mantinha bem acordado. Me senti horrível por isso, queria não sentir tudo aquilo, mas era como se um imã me chamasse para si, estava me entregando a cada movimento. Ela então sentou em meu colo, e flexionava seu sexo no meu, ora fraco, ora forte. Tentei me conter, mas aquilo era demais, ela havia me ganhado. Cada movimento friamente calculado me levava a um lugar desconhecido. Aquela mulher desconhecida, jamais vista, estava me fazendo ficar louco, sem querer, eu já me rendia aos seus encantos, quem era ela? Que me fazia sentir a mesma sensação que sentia quando estava com Sophia, quem era aquela que fazia meu coração palpitar tão aceleradamente, parecia que eu estava com Sophia, mas quem era essa encantadora mulher? Fiquei sobre meus pensamentos até que …