quinta-feira, 20 de outubro de 2016

CAP. 199—— 2 TEMPORADA -PONTO FRACO: TUDO PODE MUDAR DO DIA PRA NOITE

Narrador
A vida é uma caixinha de surpresas, é como ter que ir buscar algo além do arco-íris e não saber o que se espera, é como virar na curva e não ter ideia do que aparecerá na frente. São tantas incertezas, perguntas sem respostas, mas você continua vivendo, porque seja qual for à surpresa, ainda vale o risco.
Já fazia dias que Sophia e Micael estavam na Ilha. Não se preocupavam em ligar para seus amigos, ou familiares. Não se preocupavam com o tempo, ou com seu passado, agora estavam no presente, e isso importava mais que qualquer coisa. Mas como um velho ditado costuma dizer: “nem tudo são flores”. Eles não podiam ficar pra sempre naquele lugar, tinham que voltar ao trabalho, a casa, aos seus afazeres e obrigações de “marido e mulher”. E por mais que Sophia choramingasse e contestasse a ideia, não tinha nada para fazer, eles simplesmente tinham que voltar.
Sophia arrumava as malas emburrada, seu bico torcido mostrava o quanto ela estava infeliz por voltar a sua vida normal. Micael não entendia o porquê de tanta cena, mas a verdade é que ela tinha puro medo. Pra ela, a vida na Ilha era um sonho, estavam protegidos de qualquer maldade humana e de qualquer golpe que o destino poderia dar. Era uma espécie de “casulo”, estando lá, ninguém poderia interferir sua felicidade, jamais.
-Amor, só vamos embora amanhã, e já esta emburrada? – Micael dizia abraçando-a enquanto ela jogava suas roupas na mala.
-Eu não queria ir, você sabe disso.
-Mas eu preciso trabalhar esqueceu? Como vou sustentar você e nossos filhos?
-Amor, você trabalha para o meu pai, se quiser pode pedir um ano de férias que ele deixa – ela respondeu.
-Você sabe que isso não é verdade – ele respirou fundo – As coisas estão indo bem por lá, e eu quero manter assim por muito tempo.
-E outra coisa, você não precisa me sustentar, eu já sou bem grandinha pra isso. Já tenho meu próprio espaço na casa onde vou fazer peças maravilhosas para desfiles, já está tudo encaminhado e…
-Você pode fazer um desfile inteiro, mas eu ainda sou seu marido – ele disse beijando sua testa – E como seu marido, tenho obrigação de cuidar de você…
-Que machismo Micael, eu também posso ajudar – protestou.
-Eu sei, e agradeço por isso – ele disse pegando sua mão – E quando eu precisar de ajuda, não vou hesitar, mas até lá, eu cuido de você e dos nossos filhos…
-Eu não ….
-Princesa – ele disse a puxando pela cintura – Sério que vamos falar de finanças agora?
-Claro! Eu acho um absurdo você arcar com tudo sozinho – ela mordeu os lábios
-Eu não vejo problema nisso – selou seus lábios – Eu tenho dinheiro suficiente para sustentar você e mais cinco filhos até o fim de nossas vidas.
-Você é chato e teimoso –cruzou os braços
-E eu tenho uma esposa emburrada, que não quer que seu marido a mime…
-Você já fez demais por mim…a casa, o casamento, nossos filhos…Eu só queria ajudar com meu trabalho.
-Faz assim, com seu trabalho você pode comprar sapatos, o que acha ?
-Micael – ela falou séria.
-Amor, eu to brincando….- ele disse e tentou beija-la, mas ela virou o rosto – Amor, a gente viaja amanhã, vamos curtir só mais um pouco?
-Eu deveria fazer grave… Não te beijar até você cancelar nossa viagem amanhã
-Sophia, eu não posso fazer isso, devo isso a seu pai. Estamos num período maravilhoso no trabalho, e eu tenho que ajudar ele…
-Você já ajudou demais, nossa empresa estava em ruínas, e você fez tudo se resolver.
-Por isso mesmo que não podemos ficar, preciso ajudar mais ainda.
-Esta escolhendo o trabalho ao invés de sua esposa? – disse brava
-Você sabe que não – ele respirou fundo – Eu devo isso ao seu pai, e você sabe por quê…
-Eu sei – ela respondeu cabisbaixa após se lembrar do porque Micael dar “duro” na empresa do seu pai. A realidade era que a empresa de sua família estava completamente falida, mas com um empréstimo cedido pela família dos Zimer’s tudo estaria resolvido, o problema é que o empréstimo só seria concedido com o matrimônio entre Sophia e Miguel, o que não aconteceu. Logo após o casamento frustrado, a família reteve o empréstimo, e o pai de Sophia continuou em ruínas, até Micael chegar. Micael com seus conhecimentos, e também com o seu dinheiro, ajudou a empresa, que agora, estava melhor do que antes.
-Eu não quero que se lembre disso, esqueça – ele disse firme e abraçou-a – Tudo que eu fiz, foi por amor a você.
-Eu to sendo infantil – ela confessou – Você só esta ajudando a concertar a besteira que eu fiz.
-Que besteira Sophia? Não fale desse jeito, a culpa não foi sua.
-Se eu não tivesse arruinado aquele dia, meu pai certamente teria levantado à empresa em um dia, e tudo se resolveria, e você não precisaria trabalhar tanto.
-Mas esta tudo resolvido, não conseguimos arrumar tudo em “um dia”, mas pouco a pouco conquistamos tudo de novo, e estamos cada vez melhor – ele ficou em silêncio – Você não arruinou nada, não adiantaria salvar a empresa na época e estragar sua vida se casando com aquele…me recuso a citar o nome dele. Eu só quero que você saiba que esta tudo bem, eu faço o que gosto, e tenho nossa família agora, e os amo mais que tudo na vida.
-Eu te amo meu amor – ela disse dengosa – Me desculpa por ser tão…
-Perfeita – ele interrompeu – Você é exatamente perfeita pra mim. E eu te amo – ele disse e a puxou para um beijo, que foi correspondido sem hesitar.
-Me desculpa por ter perdido ele, eu juro que se eu pudesse ter feito alguma coisa, eu o faria – ela se referia ao filho perdido no acidente no dia do seu casamento. Por algum motivo aquilo veio em sua mente, ou melhor, falar dos Zimer’s trazia tanta lembrança, e a que mais doía era o fato de ter perdido seu pequeno filho ainda na barriga. Era uma coisa que Sophia nunca iria esquecer, mesmo que ela tivesse mil filhos, aquele primeiro, jamais seria esquecido.
-Ele esta vivo em nós, tenha certeza disso – Ele disse sorrindo e continuou com o beijo, que antes era calmo, mas a essa altura suas línguas já se encontravam em perfeita sincronia, aprofundando cada vez o beijo. Suas respirações ficaram ofegantes até Sophia interromper.
-Eu preciso arrumar as malas – se afastou
-Temos tempo pra isso, vem cá – puxou-a com força.
-Amor, se a gente começar você sabe onde vai parar né?
-Normal, somos casados, não tem nada demais…
-Ah nada demais, só o fato de eu estar carregando três bebes – disse rindo
-Isso não é nenhum problema – disse malicioso e mordeu com delicadeza seus lábios
-Porque será que eu não consigo dizer “não” pra você?
-Bom, acho que é porque sou um marido muito lindo, gostoso, cheiroso e …- ele ia dizendo e empurrando Sophia devagar para cama, até que a mesma se encontrasse deitada totalmente – Sou muito bom no que faço.
-Você esta se achando demais – ela dizia passando os dedos na barriga definida de Micael- Mas eu tenho que concordar, é impossível resistir a tudo isso.
-Eu sou demais, eu sei – ele disse rindo e começou a beijar Sophia rapidamente. Como ele a amava, não sabia como era possível, mas a amava de uma forma absurda e única. De uma forma que jamais ninguém a amaria.
-Eu te amo – ela dizia entre um beijo e outro, enquanto tentava respirar. Micael era homem o suficiente para deixar qualquer uma sem fôlego, e quando se tratava dela, da menina-mulher, ele sabia isso com exatidão. Não demorou muito para que ambos estivessem sem suas respectivas roupas. O quarto era pequeno pra tanto amor envolvido. Amor, era isso que havia naquele momento. Sophia e Micael, unidos, suados, e completamente rendidos a paixão que os consumia.

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