Sophia Narrando
E num piscar de olhos...chegamos ao 8° mês.
Eu não consigo me lembrar de algum momento da minha vida em que eu
estive tão feliz assim. Obviamente que vivenciei episódios maravilhosos, que
ficarão em minha mente para sempre. Mas estar grávida é totalmente diferente de
tudo que vivi até o momento. Sinto uma mistura completa de uma felicidade que
não dá pra calcular, percebo que antes desse momento eu só existia, mas agora,
bom, agora eu realmente me sinto viva.
Os dois últimos meses foram MARAVILHOSOS. Micael e eu estávamos
aproveitando essa gravidez ao extremo, e digo isso com propriedade. Nós cuidamos
de todos os detalhes juntos, e aquilo era um sonho na qual eu não queria
acordar. Ele estava comigo todas as horas do dia, intercalando sua rotina de
sócio com seu papel de marido leal, e posso dizer que ele fazia isso com
primazia. Foram os nossos meses mais intensos, e se em algum momento eu pensei
que a gravidez custaria nossa relação, eu estava redondamente enganada, pois
ficamos mais apaixonados e ligados, se é que isso era possível.
Minha rotina, não tinha mudado muito. Eu ainda era vigiada por Micael,
Maria, e Margareth, que não “arredavam” o pé da minha presença nem por um
segundo. Confesso que ficar “parada” nunca foi meu forte, e meu marido achou
por bem essa vigia intensa para proteção e cuidados de nossos filhos. Como se
não bastasse o grande grupo que tinha em minha casa, agora também contaria com
a ajuda de Lua, que à pedido de Micael veio me acompanhar até o nascimento de
nossos filhos, que estavam quase chegando em nossas vidas.
-Eu nem acredito que vou ver minha amiga depois de tanto tempo – Dizia
terminando de me arrumar.
-Eles já devem estar chegando – Maria falava enquanto me ajudava.
-Se bem que eu ainda acho desnecessário Micael tirar Lua de seus
compromissos no Rio, só pra vir ficar comigo.
-O Senhor Micael se preocupa com você Soph, é normal ele fazer isso..
-E coloca se “preocupar” nisso, durante esses últimos meses ele tem
controlado até minha respiração – risos.
-Ele te ama, e quer cuidar de tudo pra ver você e as crianças bem...
-Eu sei, por isso nem questionei – sorri – Eles estão demorando demais,
será que Micael se perdeu no caminho até o aeroporto? Eu disse que deveria ir
junto.
-Ele nunca deixaria você ir junto, sabe disso – Maria
-Se depender de Micael, vou ficar até o final da gestação trancada nessa
casa – disse isso e rimos juntas, um riso que foi interrompido pelo som das
chaves se encaixando na porta. Ela tinha chegado.
Depois de tantos meses, ela estava lá, em pé na porta, com os olhos
marejados e o sorriso incontrolável. Lua, era minha metade louca. Nos últimos
tempos ela tinha se tornado uma verdadeira irmã pra mim, e foi doloroso ter que
deixa-la para seguir a vida em São Paulo. Lua sempre fora a peça principal no
meu relacionamento com Micael, por causa dela nós havíamos chegado onde
queríamos, e ter ela ali naquele momento tão especial de nossas vidas, tinha
sido a escolha perfeita de Micael.
-Eu não acredito que você está aqui – disse chorando enquanto
abraçava-a.
-E eu não acredito que seu corpo ainda continua bonito mesmo estando
grávida de três mini criaturas.
- Ao menos uma vez na vida seja melancólica, e finja estar com saudade –
respondi sorrindo.
-Eu? Saudades? – brincou – Você e Micael me deram trabalho demais, agradeci
por morarem aqui, assim pude viver em paz.
-Eu também te amo amiga – Respondi batendo em seu braço.
-E só pra constar, você é a grávida mais linda que já vi...
-Ta vendo amor, eu sempre falo que você está linda como grávida – Micael
lembrou
-Você diz isso porque é meu marido, e precisa fazer com que minha
autoestima permaneça elevada.
-Sophia, continua sendo Sophia – Lua começou a rir
-É isso que eu preciso aguentar todos os dias Lua, por isso trouxe você,
pra dividir essa tarefa – Micael brincava.
-Vou deixar bem claro que eu estava muito bem aqui com a Maria e
Margareth- respondi.
-Maragareth ? – Lua perguntou – A mulher que você comentou Micael?
-Não acredito que ele já foi colocar “minhocas” na sua cabeça à respeito
da Margareth.
-Eu não disse nada amor – pegou em minha cintura – Ela só queria saber
se você tinha feito amizades.
-Micael, eu espero de verdade que você não tenha deixado a Lua cheia de
dúvidas sobre o jeito da Marga, você sabe que ela tem me ajudado muito.
-Eu não disse nada – ele se defendeu – E agora vocês precisam colocar os
papos em dia e eu preciso trabalhar.
-Tudo bem vou acreditar – disse sorrindo e me despedi com um selinho
rápido.
-Cuida dessa ferinha pra mim Lua...Qualquer descuido, ela apronta – ele
disse rindo e saiu.
-Ele continua o mesmo bobo apaixonado da época de escola – Lua comentou
-E consegue ser mais perfeito à cada dia.
-Que enjoo – ela protestou – Vocês me causam náuseas. – risos
-Como se você e o Arthur não agissem assim né?
-Mais ou menos....nos amamos muito. Mas se fosse pra competir, vocês
ganhariam –risos
-Boba, aposto que ficamos em níveis iguais.
-Não acreditaria tanto nisso.
-Mas e aí, como vão todos ? Mel, Chay, Arthur ?
-Todos eles estão como sempre, chatos –risos – Mas a gente aguenta em
nome da amizade.
-Quero saber se esse povo todo vem me ver depois que os bebês nascerem,
ou só no aniversário de um ano.
-Claro que eles vem para o parto Soph, ninguém perderia isso por nada.
-Acho bom mesmo, quero uma torcida comigo...
-Vai precisar mesmo....Mas me conte, como é estar grávida ?
-Olhe para mim – fiz graça – gorda, inchada, cansada, acabada. Isso é a
gravidez .
-Falando desse jeito, confesso que estou super animada para começar a
procriar.
-Comece logo então, quero amigos para meus filhos brincarem – rimos juntas
– Mas antes de contar minha experiência, quero que veja a casa e quero
conversar com você seriamente.
-Começou...eu disse que minha vida estava em paz, e você já quer me
contar problemas –risos.
-Para de reclamar, você é minha amiga e é seu dever me orientar.
Rimos juntas e começamos um
“tour” pela casa. Eu havia sentido falta de Lua, uma falta imensurável ! Era
bom tê-la de volta
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