Narrador
Mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, pelo menos um pra se lembrar, pelo menos um para contar e suspirar todas as vezes que a memória chegar. Todo mundo deveria sentir os corações acelerados, as mãos soando, as borboletas no estômago, de fato amar dói muitas vezes, mas é uma dor gostosa, uma dor que vem junto com alegria, no primeiro momento você acha que não vai aguentar, mas depois, bom depois tudo vira lembrança e uma história que possivelmente para seus filhos você irá contar. Mas seria bom mesmo que todo amor durasse tipo, pra sempre.
Micael havia saído, já fazia exatamente uma hora e ele não aparecia isso com certeza deixou Sophia aflita, era engraçado o estado que ela ficava quando ele não estava perto, era como se o seu corpo precisasse da presença dele mesmo que de longe, mesmo que fosse do outro quarto, mas ela sempre o queria ali, perto, bem perto. Ela fugiu de seus pensamentos e começou a brincar com Julia para distrair-se, vez ou outra levantava e olhava a janela do apartamento na esperança de o ver cruzando a rua, mas isso não traria nenhum resultado, então voltou a brincar com a pequena:
-Tia Soph me dê a minha filha – Julia dizia pedindo a boneca a Sophia.
-Esta aqui meu amor, sua filha é muito linda .
-Sério? Ela puxou ao pai – respondeu ninando a boneca.
-E quem é o pai ? – Sophia perguntava achando graça do que a menina tinha falado.
-Sabe que eu não sei? – risos
-Bom, certamente ele deve ser uma pessoa muito encantadora, afinal conquistou seu coração – brincou.
-(risos) O que é conquistar o coração?
-Bom, é quando uma pessoa consegue te fazer muito bem, tão bem que rouba seu coração. Mas isso só vai acontecer daqui a muitos anos, você ainda é minha bebê – disse fazendo coceguinhas .
-(risos) Tia Soph – ela se contorcia e ria sem parar – Me diz uma coisa.
-Sim princesa….
-O tio Mika conquistou seu coração?
-Sim, ele me conquistou por inteiro, hoje não vivo mais sem a presença dele.
-Isso é amor?
-É, muito amor, daquele que aquece a alma.
-A madre dizia que amar dói.
-Às vezes dói um pouco, mas isso acontece porque a gente é complicado. Mas é amar é lindo, o feio é não amar…
-Ela disse que uma vez que o amor dela a machucou muito.
-Então não era amor, entenda pequena, o seu verdadeiro amor nunca te fará sofrer. Se ele fizer, pode ter certeza que não é amor !
-Hum…deve ser complicado, mas deve ser lindo também.
-Isso mesmo, é complicado, mas também é lindo – Sophia disse e a colocou em seu colo beijando o topo de sua cabeça.
-Tia Soph, agora é a sua vez de segurar a minha filha, ela quer você – disse e colocou a boneca em seu colo – Parece que ela gostou do seu colo.
-É parece – Sophia respondeu tentando sorrir. Foi nesse momento que a porta do apartamento se abriu e Micael entrou na sala com algumas sacolas, o coração de Sophia se aqueceu novamente e ela ficou aliviada.
-Cheguei minhas meninas – Ele respondeu indo ao encontro delas que estavam sentadas no tapete.
-Oi tio Mica – Julia o abraçou – Ainda bem que você chegou, eu e a tia estávamos brincando com a boneca,mas agora que você chegou a bebê vai ser filha da Soph e você será o papai.
-Mas essa boneca esta muito branquinha pra ser minha filha – ele disse rindo.
-É que ela se parece mais com a Tia Soph. Olha os olhinhos, são iguais - Julia respondeu – Eu vou buscar o cobertor e a comida dela, já volto – disse e saiu correndo para o quarto.
-Hum, sabia que você fica linda de mamãe? – Mica respondia chegando perto de Sophia e beijando seu rosto.
-Muito engraçadinho você, demora uma eternidade pra chegar, e quando chega vem fazendo carinho.
-Ai amor, o trânsito estava horrível, fiz o máximo que pude – ele a abraçou.
-Vou pensar se te perdoo. – ela brincou
-Claro que vai me perdoar, afinal se ficar com graça quando chegar a noite não vamos brincar.
-Você querendo ou não, hoje brinco com o meu 28 cm viu ?
-Seu? Tem certeza ?
-Claro que é…só meu, e se você não quiser vou procurar outro.
-Sophia – ele disse bravo e segurou seu braço – Eu não gosto quando fala assim. Você é minha ouviu?
-Engraçado, eu posso ser sua, mas o brinquedo aí de baixo não é meu é isso? Quero direito iguais.
-Você esta impossível hoje – ele riu – Sou todo seu princesa. E você é minha do fio de cabelo até a ponta do pé.
-Amo quando fala isso – ela se achegou a ele beijando seu queixo.
-Não pode fazer isso amor, nossa filha está em seus braços não percebeu? – ele apontou para a boneca que permanecia no colo de Sophia – Aliás, você tem que segurá-la direito.
-Ahh não Micael, você entrando na brincadeira da Julia, não posso com isso- ela gargalhou.
-Amor segura direito – ele ajudou a ajeitar a boneca – Você esta muito atraente de mãe.
-Micael…meça suas palavras viu?
-To falando sério, se a Julia não tivesse aqui juro que te agarraria agora mesmo e nos amaríamos aqui, no tapete.
-(risos) Ta louco pra brincar né? – ela bateu em seu braço – E ainda diz que quer ter filhos. Agora você esta vendo como é ter uma criança em casa…
-Amor crianças dormem. Sem contar que a gente pode deixar com as tias, as avós, as amigas…Não fica arrumando desculpas…
-Eu não vou deixar meu filho com as pessoas Micael, se é nosso, é nosso…- Sophia falou sem perceber, mas logo depois abaixou a cabeça se dando conta do comentário – Quer dizer, se a gente tivesse, eu nunca deixaria.
-Dengo – ele a abraçou – Quando ele nascer, a gente vai conseguir ter nossa vida normal, pode deixar comigo, até porque não sobreviveria sem minhas noites – risos.
-Micael vamos mudar de assunto – ela tentava desconversar.
-Ok. Eu não toco mais no assunto- ele disse e pegou a boneca de seu colo- Vou cuidar direitinho dela antes que a Julia venha brigando com a gente.
-Você fica lindo como pai – ela disse e sorriu torto – Me desculpe por não realizar seu sonho, eu…
-Amor, isso de novo não – ele disse e a abraçou fortemente – Quero minha Sophia bem.
-Cheguei, cheguei – Julia dizia interrompendo os dois – Agora a gente pode começar a brincadeira.
-Julia vamos dar uma pausa, a gente tem que almoçar – Sophia explicava – Vamos no restaurante e na volta a gente brinca tá?
-Mas já é a hora do almoço? Eu nem to com fome…
-Sim princesa – Mica a pegou no colo – Mas você vai precisar comer, eu quer voar?
-Não, não quero voar – ela explicou – Mas vocês juram que vão brincar comigo depois?
-Juramos – os dois responderam num único som e abraçaram Julia fazendo a pequena sorrir.
-Vocês merecem ser felizes pra sempre…- ela dizia em meio ao abraço.
-Nós vamos ser – Micael respondia e encheu a pequena de beijos.
Depois do momento juntos eles se arrumaram e foram em direção ao restaurante. Tudo parecia realmente perfeito se não fosse à maldita lembrança vir na mente de Sophia, aquela lembrança torturante de que ela não podia ter filhos. Lembranças, lembranças, lembranças…bom seria que a gente pudesse ter uma amnésia daquilo que nos feriu, que nos deixa triste. Bom seria que pudéssemos esquecer as feridas que fazem nosso coração doer, bom seria que todo o passado pudesse ser esquecido como num “passe de mágica”…Dizem que lembranças são boas, concordo em partes, tem umas que doem profundamente, seja a lembrança de um passado bom, ou de um dia ruim, elas sempre vão doer em você, e nunca irá passar, acho que a lembrança é a prova de ter acontecido, de estarmos vivos, elas nunca fogem de você, a gente tem que aprender a conviver mas nunca espere ela parar de doer, porque essa é uma ferida que nem o tempo consegue interver.
Você se supera a cada capitulo, não só a vida dos personagens mas, as lições de vida que você faz questão de impor em cada capitulo, obrigada por escrever, obrigada por nos conceber a honra de ler palavras tão lindas e marcantes!!
ResponderExcluirContinua Miss ta cada dia mais surpreendente!
ResponderExcluir❤⭐Duda
Maravilhoso capitulo, continuaa
ResponderExcluirObrigada amores "!!! Hoje eu posto mais, vcs vão gostar ! ♥
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