CAP. 141—— 2 TEMPORADA -PONTO FRACO: TUDO PODE MUDAR DO DIA PRA NOITE

Sophia Narrando

A noite havia chegado. Eu e Micael passamos um ótimo dia juntos. Não sei, mas ultimamente eu só queria curtir meu momento com ele, como se fosse o último. Acho que agora eu parei pra pensar, que talvez as pessoas ao nosso lado não sejam pra sempre, talvez todo mundo tenha uma validade ao nosso lado, e quando chega o dia, elas se vão, sem mais nem menos. E embora eu estivesse completamente apaixonada por Micael, eu temia (como qualquer outra pessoa que ama) que ele um dia fosse embora dos meus caminhos, seja por descuido da vida, por pressão do destino, ou simplesmente por força das pessoas que me queriam longe dele. Por isso decidi sair, passar uma noite longe de tudo e todos, somente nós, como era antes de toda a bagunça.

Nós estávamos no carro, indo diretamente para o restaurante, ouvindo uma música que dizia: “ Te amarei de Janeiro à Janeiro até o mundo acabar”, aquela frase me impactou de primeiro momento, aumentei o som, e olhando para Micael peguei suas mãos ficando assim por um instante, logo depois a coloquei sobre minha barriga, e ele ficou assim, uma mão ao volante, e a outra sob o nosso filho. De alguma maneira que não sabia explicar, aquela música dizia tudo, “de janeiro à janeiro”, não me importaria de tê-lo todos os 12 meses do anos, todos os 365 dias, todos milhões de segundos que há nesse tempo. Eu só queria que a gente fosse “pra sempre”, como eu sempre sonhei. Foi aí que senti o carro parar, havíamos chegado ao restaurante, ele então me olhou e com um sorriso lindo nos lábios disse:

-Aceita ficar comigo de janeiro a janeiro?

-Só se for até o mundo acabar – respondi e ele me puxou para um beijo.

-Você esta muito linda sabia? – disse me “comendo com os olhos” – Só acho que poderia abrir mão dos saltos e vestidos curtos.

-Por que ? Sabe que gosto deles.

-Sim, mas você está grávida amor, pode fazer mal…E as roupas curtas só mostram como você está ficando perfeita com as mudanças da maternidade.

-(risos) Pare de ser ciumento meu marido. Me arrumei pra você, se olharem pode se sentir vitorioso, porque você tem o que os outros apenas desejam.

-Mas eu nem quero que te desejem, longe disso.

-Okay, meu ciumento lindo…Vamos entrar logo, porque seu filho está morrendo de fome.

-Vamos minha princesa – disse sorrindo e assim saímos do carro em direção ao restaurante. Nossa mesa já estava reservada perto da janela, então nos acomodamos e logo depois fizemos os pedidos. Sem demora os pratos chegaram e assim começamos o jantar.

-Precisamos organizar uma despedida pra semana que vem- Dizia ao tomar o suco.

-Sim, vamos fazer uma festa para todo mundo. O que acha?

-Perfeito. Depois disso embarcamos e pronto, adeus Rio – disse rindo.

-Ta gostando de ir embora né?

-Mais ou menos…Apenas estou com saudade de casa, de como era a minha vida antes – disse e vi Micael mudar o humor imediatamente.

-Como assim está com saudade da vida de antes? Esqueceu que antes não existia eu? Não existia a gente?

-Amor, não foi isso que quis dizer, é que – tentei encontrar as palavras certas, mas já era tarde demais, acabava de deixá-lo furioso.

-Talvez se arrependa também do noivado, de tudo que passamos, do nosso filho e ….

-Micael – disse farta – Pare com suas especulações. Pelo uma vez na vida deixe de tirar suas próprias conclusões. Eu quis dizer que sinto saudade das coisas antes, mas não esse tipo de saudade entende?

-Tudo bem, você sabe o que diz – ele disse tomando um gole de vinho.

-Amor, eu não acredito que ainda está com raiva…

-E não era pra estar? Você falando de saudades do passado, me faz pensar que seu presente está deplorável.

-Você sabe que não- Peguei sua mão – Você foi meu maior presente, e ainda mais carrego nosso filho em meu ventre, achas mesmo que me arrependo?

-Não quero falar disso – Ele suspirou- Era pra ser uma noite longe dos problemas lembra?

-E vai ser…mas quero terminar a conversa. O que te faz pensar que me arrependo?

-Sophia, você não queria esse filho no começo lembra? Eu insisti muito e você se mantinha irredutível a minha proposta. Depois aconteceu e você ficou feliz, nós comemoramos e eu estava certo que você estava feliz, mas agora…

- O que tem agora Micael?

-Agora você ta feliz por voltar a São Paulo. Eu também estou animado. Mas você se refere aquele lugar como se tivesse saudade das coisas que viveu lá, do passado conquistado lá…

-Eu não acredito que você esta duvidando de mim. Não posso acreditar que você pensa que nosso filho não me deixa feliz. Micael viu o que eu estava prestes a fazer na noite passada? Você viu o que eu iria fazer por ele? Ainda acha que não o queria ?

-Não to dizendo isso. Sei que o ama tanto quanto eu. Mas não gosto da maneira como você fala da nossa viagem. Como se não gostasse dos momentos que passou aqui e…

-Agora eu que não quero conversar – disse pegando o vinho de sua mão e levando para minha boca, mas ele logo me impediu.

-Você não vai beber. Esta louca?

-Sim, estou – disse baixo para que as pessoas ao nosso redor não percebessem.

-Deixa de birra, tivemos apenas uma conversa, não precisa beber para descontar.

-Você não manda em mim – O que eu estava fazendo? Nem eu mesma sabia.

-Mas você carrega meu filho, e você não vai beber.

-Ahhh Micael – disse baixo e tentei segurar as lágrimas – Estamos brigando de novo. De novo…Não faz isso com a gente.

-Não estamos brigando, estamos trocando ideias. Só isso.

-Então porque não me olha com o mesmo jeito que me olhava quando estávamos no carro? Porque me chama de Sophia ao invés de amor?

-Porque talvez eu esteja um pouco alterado, apenas isso – ele disse baixo – Me desculpe, eu só não gosto de pensar que você sente saudade de antes, quando eu não existia.

-Você sabe que no fundo eu não quis dizer isso. Só não soube me expressar…

-Eu sei – ele disse calmo e tirou o copo de vinho de minhas mãos – Você não pode beber.

-Tudo bem – disse cedendo a taça de vinho.

-Quer ir embora já que eu estraguei a noite? – Ele perguntava.

-Não estragou nada meu amor, mas aceito ir embora porque minhas costas doem, estou cansada.

-Vamos então – ele disse se levantando e pagando a conta. Logo depois, ele pegou em minha mão me tirando da vista dos “admiradores de plantão” e me direcionou ao carro. Fomos o caminho inteiro calado, sem dizer nada, como dois estranhos. Até que ao chegar ao Hotel eu me lembrei da aposta de Lua e sorri com vergonha, não era uma boa hora pra fazer aquilo, mas eu só tinha uma semana, e ia ser correria com a viagem, então decidi lançar a sorte e tentar.

Micael e eu subimos as escadarias do hotel e estávamos esperando elevador, logo o mesmo chegou, e eu apertei diversos números, isso me daria tempo o suficiente para prendê-lo. Quando entramos, eu me aproximei dele e o abracei pedindo desculpas, beijei seu rosto logo em seguida, e ele me olhou confuso:

-Ta tudo bem?

-Sim, eu só estou tentando me desculpar.

-Não precisa disso, já passou, está tudo bem- Ele disse e eu me aproximei beijando seus lábios lentamente – Sophia estamos num elevador.

-Isso é apenas um beijo, não tem nada demais. A não ser que você queira algo a mais.

-Sophia…

-Amor, só quero ficar com você…

-Já estamos chegando ao nosso andar.

-Não estamos não - disse e apertei o botão que “congestionava” o elevador – Pronto temos todo o tempo do mundo.

-Sophia – ele disse sorrindo – Por acaso isso é algum plano pra me deixar “menos” bravo?

-Não, isso é apenas sua esposa grávida morrendo de desejo.

-Pois bem, destrave o elevador e vamos para o quarto Ok?

-Não, Não mocinho… – me afastei retirando meu vestido – Não quero esperar.

-Sophia, não, estamos num local …- ele perdeu a fala quando me viu completamente nua em sua frente, apenas olhou pra cima, respirou fundo e disse – Por que raios tenho que ser um homem incontrolável?

-Eu te agradeço por sua perca de controle do amiguinho aí em baixo.

-Não brinque comigo Sophia, por favor, se veste.

-Por favor? – comecei a rir – Amor, temos todo o tempo do mundo, é tarde da noite, não se contenha tanto, seja homem – brinquei.

-Não brinque comigo desse jeito.

-Eu adoro brincar, e com você fica bem melhor – me aproximei de seu corpo e beijei seu pescoço- Não vai se negar pra mim vai? – disse alisando seu peito, e comecei a abrir sua camisa.

- Você não tem jeito – ele sorriu malicioso- Sua mãe é muito levada - ele disse olhando para minha barriga.

-Você fala como se não gostasse…

-Eu gosto, e gosto muito - Ele disse e me puxou para si me encostando na parede do elevador. Sem que eu notasse, já me sentia encaixada em seu colo, sua mão me segurava fortemente e pude sentir seus beijos em toda a extensão do meu corpo. Me segurava em seus fortes ombros até que sua camisa foi arremessada ao chão. Sem que eu percebesse o elevador já estava tomando pelo fogo que nos consumia, Micael me colocou no chão e continuamos nos beijando, ele sorria vez ou outra quando lembrava onde estávamos.

-Não ria meu amor, se concentre- falei brincando, num sussurro.

-Pode deixar, eu vou fazer o serviço direitinho. Já te deixei insatisfeita?

-Mais ou menos - menti, afinal ele nunca me deixava insatisfeita.

-Sophia - ele segurou meus braços se comprimindo em meu corpo e abocanhando meus seios - Se continuar a falar isso, vamos amanhecer aqui dentro.

-Não ligo, só quero que me possua agora. Nesse exato momento.

-Tudo que você quiser meu amor, eu quero te ver feliz.

-Ao seu lado eu sempre serei, porque você é tudo o que faltava em mim para me tornar completa - Disse em sussurros e ele gentilmente adentrou em meu corpo, seu membro rígido se movia sobre mim e aquelas sensações nunca iam fugir de minha memória, ele sempre seria o melhor pra mim, eu sabia.