Micael Narrando
A noite tinha sido conturbada, porém calorosa. A madrugada foi mais tensa, eu e Sophia mal conseguimos pregar os olhos, era impossível dormir depois do episódio a qual tínhamos vivenciado. Olho pra trás e vejo o quanto aquela cena foi deplorável, sinceramente, aquilo foi quase um fim pra mim. Eu não sabia o que pensar, só queria pegar ela o mais rápido possível e sair dali. Começo a pensar então, que se eu tivesse demorado cinco minutos, tudo aquilo a qual eu me recuso citar ou pensar, teria acontecido. A princípio, aquela ideia me parecia maluca, quando eles citaram o que ela se propôs a fazer, senti raiva dentro de mim, raiva por ela ser maluca o suficiente ao se prestar a tal serviço, mas depois…depois eu passei, mesmo sem querer, a entendê-la. Nosso filho sempre fora prioridade, e eu sempre soube disso ,e agora, mais do que nunca, eu sabia da importância que nosso pequeno fazia. Não quis mais falar sobre o assunto, tem coisas que temos que deixar pra trás, e aquilo eu obrigatoriamente esqueceria. Estava com as passagens em mãos, e agora só faltava uma semana para viajarmos, e em menos de um mês estaríamos CASADOS. Finalmente.
Agora o sol já entrava em nosso quarto, eu acordei, tomei um banho e fui logo à padaria. Confesso que custei a sair do apartamento, mas deixei o porteiro, e seguranças do prédio avisados se algo acontecesse. Não demorei muito, e quando voltei Sophia já estava em pé olhando para a janela, não quis chama lá, apenas fiquei admirando a cena por um breve momento. Ela estava linda, usava a minha camisa como traje, tinha um coque mal feito no cabelo e as mãos alisavam sua barriga, percebi que ela sorria e pelo ler de seus lábios ela conversava com nosso filho, juro que passaria à vida naquela posição a olhando, por inúmeras horas, dias, ou anos se fosse preciso. Mas ansioso do jeito que sou, caminhei para vê-la, abraçando- a por trás logo em seguida. Ela soltou um terno sorriso e suspirou com meu toque, beijei seu pescoço levemente de forma que aproveitasse cada pedaço daquela região.
-Onde o mocinho estava?- perguntava durante o abraço.
-Garantindo seu alimento minha querida noiva!
-Hum…Você me chamando de noiva é a coisa mais linda do mundo sabia?
-Sério? – me aproximei – Imagina só quando te chamar de esposa?
-É o meu sonho.
-É realidade meu amor, falta pouco.
-Estou com um frio na barriga só de pensar…Tem muitas coisas pra arrumar e …
-Que isso Sophia…Você vai ter gente o suficiente para te ajudar, duvido que as meninas não organizem tudo do dia pra noite.
-Pois bem, tenho elas mesmo…a propósito, vamos sair hoje ?
-Sair ? – perguntei assustado – Quer ir pra onde ?
-Hum…sei lá, só andar mesmo….Espairecer, se despedir do Rio de Janeiro….
-Já está sentindo falta é?
-Um pouco…Mas estou com saudades de Sampa ! Você vai adorar passar os dias lá…
-Ah claro, chuva, frio, trovões, depois mais chuva, mais frio….- fiquei brincando
-E isso não é bom? Você vai adorar ficar comigo no frio…
-Eu acho melhor no calor- Disse a agarrando com força.
-Você vai preferir no frio…vai por mim – ela disse maliciosa
-Hum…estou louco para experimentar fazer amor com você no frio…
-Micael – ela disse me batendo – Não fale isso alto, nosso filho pode ouvir…
-E o que é que tem? Ele vai ver que os pais deles se amam demais – disse e a tomei para um beijo.
-Amorrr…vamos dar uma volta vai?
-A noite pode ser? Vamos jantar no seu restaurante preferido pela última vez que tal?
-Acho ótimo. Não vejo a hora – ela disse animada
-Por acaso a senhorita esta planejando alguma coisa ?
-Eu ? – ela se afastou – Só estou querendo ficar um pouco com você. Longe de toda essa bagunça.
-Ok. Vamos curtir nossa noite longe de todos os problemas. Só nós dois.
-Nós três – Ela sorriu e passou a mão em sua barriga, eu sorri com tal prática.
-Como pude esquecer…- juntei minha mão na sua – A palavra ”três” nunca me soou tão bonita, se tornou meu número favorito – Disse e logo a puxei para um beijo. E foi assim que começou a nossa manhã.
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