terça-feira, 28 de agosto de 2018

CAP. 232—— 2 TEMPORADA -PONTO FRACO: TUDO PODE MUDAR DO DIA PRA NOITE


Narrador

Houve um silêncio no quarto, Micael parecia estar nervoso, e os pais de Sophia não tinham reação alguma aquela situação. De certo, ela sabia ser teimosa quando queria, e todos sabiam bem disso.

-Eu não quero ficar sozinha com você – Sophia respondia
-Por favor Sophia, vocês precisam conversar – Branca acalmava.
-Eu não tenho nada para conversar com o cara que me abandona durante o dia para ir atrás de outra.
-Ouça o que ele tem a dizer – Renato
-Já disse, não quero saber de nada. Micael teve coragem de levar uma “biscate” para o escritório que era pra ser nosso...- se esforçou para dizer aquilo, sentiu uma vertigem.
-O que tens ?- Micael disse encostando-se a ela.
-Não encosta em mim, eu tenho nojo de você – disse com fúria. Aquilo tinha doído nele.
-Chega Sophia – Micael respondeu firme – Dona Branca, Sr. Renato, preciso que se retirem desse quarto, agora.

Com aquela ordem todos saíram do quarto, ficando apenas Sophia, Micael e o silêncio ensurdecedor no mesmo. Ela mantinha as mãos na barriga, e controlava a respiração.

-Sério que estamos brigando ? – Ele se aproximou – Faltam duas semanas, e estamos brigando?
-Você causou isso, não culpe a mim.
-Eu causei o que Sophia? Desde a hora que cheguei não sei o que esta acontecendo, só estou vendo você dizer barbaridades sobre mim.
-Só disse a verdade.
-Estamos com os seus pais aqui, eles não são obrigados a saber da nossa vida íntima.
-Tenho que contar sim, para eles saberem com quem eu me casei...
-Eles tem essa ciência, pois me apoiaram no casamento.
-Vocês todos se ajudam, e quem me ajuda?
-Amor...- ele se aproximou – Todos estão aqui querendo te ajudar, todos te amam.
-Não quero saber dessa droga de amor – disse irritada.
-O que aconteceu princesa, por favor, me fale, pois eu jurava que tinha deixado um anjo deitada, e agora receio que esteja com uma fera descontrolada.
-Não ouse ficar brincando comigo. Não sou uma criança que você pode dominar.
-Amor –ele segurou suas mãos – Pela última vez, o que houve?
 -Isso Micael – ela estendeu o celular – Você anda trocando mensagens com uma amante. Como pode fazer isso comigo?
-Ah não Sophia.... De novo não –ele coçou a cabeça – Não é nada disso que esta pensando...
-Eu sou uma “burra” agora?
-Você esta imaginando coisas...
-Eu não imagino nada, trabalho com fatos, e eu ando muito atenta a você, mas hoje foi o fim. Deixar-me sozinha durante à tarde para se encontrar com outra? Não tem sequer consideração por seus filhos e...
-Eu odeio amar você Sophia – ele disse sorrindo e a puxou para um beijo caloroso. Ela não correspondia, mas ele foi insistente e a venceu pelo cansaço. Suas mãos corriam pelo corpo dela com sede, como se precisasse daquilo para viver, e ela atendia a cada toque, cedera a todos os movimentos, até que...recobrou os sentidos, lembrou –se das mensagens e mordeu os lábios de Micael, aquilo foi capaz de feri-lo.
-Isso é pra você aprender a não mentir nunca mais pra mim. Me toma como uma qualquer, uma imbecil, estúpida, que não entende nada sobre a vida, mas eu entendo sim, e quero que saía daqui...
-Não vou sair de jeito nenhum, se quiser, vai ter que me tirar à força, e como sei que ama nossos filhos a ponto de obedecer ao repouso, não fará tal tolice.
-Micael, eu te odeio.
-E eu odeio o fato de você sempre desconfiar de mim – ele disse andando e fechou a porta do quarto com chaves, e logo depois lançou a mesma por debaixo da porta –  Pronto.
-O que você fez?
-Tranquei a gente aqui e joguei a chave para não correr o risco de você sair, quando nos resolvermos peço pra Maria abrir a porta. Afinal, você só me ouve quando eu te tranco em algum lugar, lembra-se?
-Não me lembro de nada...
-Claro que lembra – aproximou-se – Ficamos trancados no apartamento, um final de semana inteiro. Você era linda demais, e eu tinha tanto medo de te machucar...Eu só queria te ver sorrir pra sempre...
-Esta tentando me beijar ?
-Não, você disse que estava com nojo de mim, então só vou fazer quando você pedir. Como fiz aquele dia no apartamento.
-Para de falar daquele dia –ela cruzou os braços.
-Não gosta de lembrar o quanto estávamos felizes ? – ele sorriu – Você não queria dormir ao meu lado, dizia que tínhamos que tomar cuidados com os beijos...
-Você era ousado demais.
-Porque você me deixava louco ao dormir com aqueles panos que insistia em chamar de camisolas...Foi difícil ficar tão perto de você e não poder fazer nada.
-Você me respeitou em todo o tempo.
-Porque você era diferente de todas as outras que tinha conhecido.
-Me surpreendo que tudo isso tenha passado, e hoje você não tem qualquer respeito comigo.
-Não diga essas besteiras. Eu ainda sou o mesmo do apartamento, e te amo ainda mais.
Um silêncio se formou.
-Você tinha achado as chaves no sábado –ela sorriu – Mas a manteve guardada porque queria ficar comigo o restante do final de semana...
-Eu sabia que você sairia de lá assim que achasse as chaves...Quis estender um pouco mais nosso tempo...
-Foram dias bons...
-Eu digo que foram enlouquecedores....Ver você tomar banho e não poder sequer tocar em você foi um castigo – ele sorriu – E agora que podemos viver livres, nos beijando e aproveitando o tempo juntos, você resolve acreditar em uma mentira.
-Uma mentira pra você, porque pra mim é verdade...
-Podemos tomar banhos juntos agora, tem noção o quanto eu sonhava com isso? E você esta estragando tudo por puro ciúme...
-Micael...
-Eu te amo merda – ele gritou – E não posso fazer você mudar de ideia, mas posso dizer que tenho sido fiel todos os dias da minha vida, pois eu não ousaria estragar o momento mais feliz da minha vida...
-Falas a verdade?
-Princesa, eu lutei muito por você. Tive que trabalhar duro pra você acreditar que não existia mais Aline, nem as outras do passado. Tive que suportar te ver as escondidas, briguei com seus pais e com todos os outros que ficaram no caminho. Visitei-te em um convento...Aquela merda de convento! Quase perdi você...inúmeras vezes...Eu seria louco se jogasse tudo por causa de um sexo, sendo que tenho o melhor orgasmo quando estou com você.
-Achei que isso fosse uma declaração...
-Eu faço todas as declarações pra você, mas acredite em mim.
-Me prova que falas a verdade.
-Eu sou a prova da verdade, nosso amor, nossa história, e esse time de futebol aí na barriga – ele tocou com as pontas dos dedos a barriga dura de Sophia – Nós somos a prova.
-Me beija, agora – ela disse sorrindo, e ele atendeu ao pedido sem pestanejar. Ela havia acreditado, mesmo sem provas, ela acreditara no amor.

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